A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) denunciou casos de racismo contra a entidade ao longo desta semana. Além da entidade, porém, o presidente Ednaldo Rodrigues também foi alvo. Os ataques, afinal, aconteceram após o jogo contra a Argentina, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, e também após o duelo com a Albiceleste na Copa do Mundo Sub-17. O Brasil perdeu para o rival nas duas categorias.
Ednaldo se pronuncia
Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, além de sofrer racismo, também acabou sendo chamado de maneira pejorativa de “índio”. O dirigente se pronunciou e lamentou o ocorrido. Ele afirmou que vai continuar lutando por um futebol justo.
“Tenho orgulho de ser o primeiro negro, nordestino, descendente de indígenas a ocupar a presidência da CBF. Sempre soube e sigo consciente da minha luta e das dificuldades que terei que passar ao longo da minha vida por não ter origem na elite do Brasil, de ter vindo do interior do Nordeste. Desde os oito anos de idade convivo com a pesada mão do racismo, tanto sobre mim quanto sobre a minha família. Meu compromisso em transformar o futebol brasileiro em um lugar sadio não será cerceado. Luto por respeito a todos, onde os campeonatos sejam valorizados e onde o dinheiro que entra na CBF não tenha como destino o bolso de terceiros e, sim, seja revertido para o desenvolvimento do futebol”, disse Ednaldo Rodrigues.
“Luto para que os campeonatos sejam cada vez melhores e organizados em todas as séries – masculino e feminino -, como vêm acontecendo atualmente. E fortaleço o compromisso de montar Seleções Brasileiras vencedoras, caso da Seleção Masculina Principal, que há 21 anos não vence uma Copa do Mundo. Não vou me afastar jamais dos meus compromissos e não serei intimidado por criminosos, racistas, xenófobos e corruptos que transitam pelas sombras”, completou o presidente.