A palavra “psicopata” se popularizou nos filmes, séries e até em conversas no dia a dia. É usada de forma leviana para descrever desde um chefe exigente a um ex-namorado que mente, fazendo com que o tempo perca seu peso e seja confundido com qualquer comportamento cruel ou egoísta. Mas, por trás da imagem clichê, a psicopatia é, na verdade, um transtorno de personalidade complexo, que vai muito além dos estereótipos cinematográficos.
Para desvendar o que realmente define a mente de um psicopata, fomos além do senso comum. Com a ajuda da psicóloga clínica Andreza Thans, especialista em psicoterapias de bases cerebrais e neuropsicóloga pela USP, o Portal Bacci Notícias reuniu mitos e verdades que revelam como esses indivíduos pensam e se comportam.
Psicopatia: um transtorno, não uma doença.
Para começar, a psicopatia não é considerada uma doença no sentido tradicional da palavra, mas sim um transtorno de personalidade, mais especificamente do grupo B, que reúne condições marcadas por comportamentos dramáticos, excessivamente emotivos e imprevisíveis.
Ao comparar a personalidade a uma estrutura fundamental de quem somos, a Dra. Andreza explica que, a psicopatia, essa estrutura apresenta particularidades marcantes.
“A principal característica é um déficit profundo na capacidade de sentir empatia e remorso e combina aí com traços de egocentrismo, superficialidade e uma forte tendência a manipulação”, revela.
Apesar de a psicopatia e a sociopatia serem usadas como sinônimos no dia a dia, há diferenças entre os termos. A psicopatia é considerada um subtipo mais grave do Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS), o diagnóstico oficial dos manuais médicos.
Já a sociopatia é um termo menos clínico, associado a comportamentos moldados pelo ambiente, como traumas ou negligências.
Além disso, a especialista aponta outras características importantes:
Senso grandioso de auto importância: eles se veem como superiores aos outros;
Mentira patológica: a mentira se torna uma constante;
Ausência de culpa ou remorso: não se sente mal por seus atos;
Impulsividade: agem por impulso, sem considerar as consequências.