A Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP/MA) realizaram, nesta quarta-feira (11), um simulado realístico de atendimento de tripulante de embarcação suspeito de Mpox, na UPA Itaqui Bacanga. A ação foi para objetivo avaliar e aprimorar os protocolos de atendimento, notificação, isolamento e regulação de pacientes com suspeita da doença.
Acompanhando a simulação, a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-SES), Jakeline Trinta, explicou a importância da realização da iniciativa e os seus impactos.
“O simulado realístico visa promover o aprendizado das equipes de assistência e vigilância, com toda articulação integrada de comunicação, uma vez que envolve outros setores, a exemplo da EMAP, além do setor saúde. Com isso, se diante de uma situação real, poderemos articular o atendimento, isolamento e coleta de maneira segura e rápida”, disse Jakeline.
O simulado integra as ações de Vigilância em Saúde com outras instituições parceiras e reforça a articulação entre os diferentes níveis de assistência à saúde, promovendo a segurança e a confiança na rede de atendimento.
A ação ocorreu de forma integrada, com a comunicação de risco realizada por outros atores interinstitucionais, como: Anvisa, além de setores da Saúde como a Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (RENAVEH), Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Maranhão (IOC/LACEN-MA) e a Secretaria Municipal de Saúde de São Luís (SEMUS-SL).
“Estamos hoje em exercício com o simulado do Plano de Contingência de Emergência em Saúde Pública de importância internacional. Então, a Anvisa, CIEVS Estadual e Municipal, LACEN e todos os demais órgãos parceiros envolvidos para prevenir que haja uma doença que seja de transmissão à população. A EMAP, como autoridade portuária participa, a agência marítima na operação, todos os órgãos anuentes estão envolvidos nesse fluxo de atendimento para evitar uma contaminação à população vinda pelos navios”, destacou a representante e enfermeira do trabalho da EMAP, Benilda Araújo Pinheiro.
A ação
Segundo a apoiadora da RENAVEH-MS, Emile Amorim, as emergências de saúde pública passam também pela organização dos serviços. “Uma vez que a gente organiza o serviço e articula de uma forma mais eficiente o atendimento aos pacientes, nós reduzimos os impactos. Como estamos tratando de uma doença com potencial de infecção, e se conseguimos fazer atendimento de forma oportuna, evitamos a circulação dela ao promover assistência direcionada às pessoas”.
Ao chegar na UPA, foi dado início ao protocolo de atendimento, que consiste na recepção, triagem e atendimento médico. Nisso, são observadas questões como sinais e sintomas (lesões típicas de MPox, febre, mal-estar, linfadenopatia, etc.). Em seguida, foi realizado o isolamento do paciente, colocando-o em área isolada para evitar transmissão no ambiente da UPA.
“Quanto ao procedimento de coleta, todas as unidades de pronto atendimento já foram treinadas. Na ocasião, observamos se esse protocolo é seguido, com o uso de um swab para coleta, seja crosta ou secreção, e que deve ser guardada em um tubo cônico tipo falcon. No momento em que é feita a coleta, o material deve ser acondicionado corretamente e ser enviado com brevidade para o IOC/LACEN, onde será processado para depois ser encaminhado ao laboratório de referência nacional, a Fiocruz-RJ. Quanto ao resultado, este é dado em um prazo de até 48 horas”, detalhou o encarregado do serviço de biologia Médica do IOC/LACEN-MA, Fabiano Silva.
Em paralelo, as equipes do CIEVS-SES e do RENAVEH farão o acompanhamento e monitoramento do caso suspeito, orientando também as equipes da UPA e do hospital referência que fará a recepção do paciente em caso de confirmado para a doença viral.
Presente durante o circuito de simulação de caso suspeito para MPox, a diretora geral da unidade, Graça Mascarenhas, afirmou que a iniciativa ajuda na melhoria da assistência. “Essas ações preparam nossas equipes para situações reais, garantindo um atendimento mais rápido, seguro e eficiente a casos suspeitos de MPox. Além disso, a simulação permite identificar pontos de melhoria em nossos protocolos, aprimorando o fluxo de atendimento e a comunicação entre os setores”.
A doença
O Mpox vírus é um Orthopoxvírus causador de doença cujos sinais e sintomas se assemelham aos da varíola, com menor gravidade. O período de incubação pode durar de 5 a 21 dias e a transmissão é mais frequentemente relacionada a contato direto com fluidos corporais, lesões de pele ou de mucosas internas como boca ou garganta, gotículas respiratórias.
Dentre os sinais e sintomas, os mais comuns são febre, erupções corporais que evoluem de máculas a pústulas num período entre duas a quatro semanas e edema de gânglios linfáticos. O Maranhão não possui casos confirmados da doença.