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Home ARTIGO / ADVOCACIA

Artigo Grazielle Seabra – Movimento Red Pill e a violência doméstica

Quando o discurso vira agressão

Shewton Serra Por Shewton Serra
dezembro 5, 2025
in ARTIGO / ADVOCACIA
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Artigo Grazielle Seabra – Movimento Red Pill e a violência doméstica

Por Grazielle Seabra

A ascensão do movimento Red Pill com sua retórica de reivindicação de

“verdades ocultas” sobre gênero não é um fenômeno descolado da realidade social. Ao

contrário: ele encontra solo fértil em desigualdades estruturais, traumas individuais e

carência de redes de apoio emocional. E, em muitos casos, age como catalisador de

comportamentos abusivos convertendo dor, frustração e vulnerabilidades em violência

contra mulheres. Para quem atua na área de segurança pública, direito ou justiça social, é

imprescindível enxergar o Red Pill não apenas como discurso ideológico, mas como um

fator de risco concreto no aumento da violência doméstica.

A cultura Red Pill e a normalização da dominação

O Red Pill propaga uma visão de mundo em que as relações de gênero são

entendidas como disputa de poder: o homem deve dominar, a mulher deve obedecer ou

será vista como ameaça. Contra isso, ele legitima controle, desconfiança e vigilância

constante. Essa narrativa institucionaliza a desumanização da mulher e normaliza

comportamentos de dominação como “justificados”.

Quando tais ideias se enraízam no íntimo, passam a moldar a forma como

muitos homens interpretam afetos, limites e conflitos. A mulher deixa de ser parceira;

torna-se “problema a ser controlado”. A vulnerabilidade deixa de ser vista como sinal de

humanidade e se transforma em fraqueza intolerável.

Masculinidade ferida: traumas, vulnerabilidades e o papel do Red Pill

Muitos homens atraídos por essa ideologia carregam feridas profundas:

rejeição afetiva, abandono, humilhação social, baixa autoestima, carência de afeto,

histórico de abusos, insucessos amorosos. Criados em uma cultura que proíbe o choro, a

fragilidade ou a busca por ajuda, esses homens acumulam dor sem expressão o que gera

uma enorme tensão emocional.

Nesse contexto, o movimento Red Pill surge como refúgio: oferece

explicações simplistas (“é culpa delas”), dá voz a ressentimentos, valida a raiva. A

desordem interior encontra um espelho “racional” no discurso de dominação. E, às vezes,

o espelho se quebra transformando-se em violência.

Casos recentes que ilustram o perigo real

Nos últimos anos, perfis associados à ideologia Red pill têm alcançado

alcances expressivos nas redes sociais, ampliando seu potencial de influência. Por

exemplo, o influenciador Thiago Schutz conhecido como “Calvo do Campari” acumula

mais de 450 mil seguidores nas redes sociais, segundo reportagens recentes. (CNN

Brasil)

Dados compilados por pesquisas sobre “masculinistas online” apontam que

os 11 canais mais expressivos desse segmento no Brasil reúnem, juntos, mais de 4

milhões de seguidores no YouTube, com mais de 1 bilhão de visualizações nos vídeos

publicados até 2024. (Tab UOL)

Esse alcance massivo demonstra que o movimento Red Pill não é um discurso

restrito a nichos invisíveis ao contrário, atinge um público amplo e diversificado,

ampliando o risco de normalização de ideias misóginas, desumanização e violência de

gênero.

Exemplos concretos demonstram que não estamos falando de teorias vazias

mas de agressões reais.

* Em novembro de 2025, o influenciador Thiago Schutz conhecido como

“Calvo do Campari” foi preso em flagrante por violência doméstica contra sua namorada.

Segundo boletim de ocorrência, foram registrados tapas, chutes, lesões e tentativa de

estupro. Um caso emblemático de como a retórica Red Pill pode se transformar em

agressão física. (Reddit)

* Em 2024, o país registrou 1.450 feminicídios, consolidando mais um ano

alarmante de mortes violentas de mulheres por sua condição de gênero. (Agência Brasil)

* Ainda em 2024, de acordo com levantamento nacional recente, a violência

sexual estupros, abusos atingiu um patamar crítico, reforçando que a violência de gênero

continua uma crise estrutural. (MP RS)

Esses números e episódios mostram que o problema não é isolado, tampouco

restrito a casos marginais há um vínculo concreto entre discursos de dominação de gênero

e a materialização da violência.

Esses dados demonstram que a violência contra a mulher permanece um

grave problema de segurança pública e que discursos ideológicos de dominação podem

agravar ainda mais essa crise.

Por que o Estado e a sociedade precisam reagir: prevenção, responsabilização e

educação

Para reduzir o impacto desse fenômeno, não basta apenas punir. É necessário:

Investir em políticas de prevenção e educação sobre masculinidade, gênero e relações

saudáveis, garantir acolhimento e suporte psicológico a homens com traumas afetivos

para que dialoguem com suas dores em vez de projetá-las, fortalecer mecanismos de

denúncia, proteção e investigação de violência doméstica e de gênero, promover

campanhas de informação e conscientização sobre o papel das ideologias tóxicas na

escalada da violência.

Como advogada e especialista em segurança pública, é meu dever alertar: o

combate à violência de gênero não se limita às prisões. Começa com educação, respeito

e responsabilidade social.

Da retórica à ação o papel da advocacia e da sociedade

O movimento Red Pill não é uma mera “moda de internet”. É uma retórica

que seduz vulnerabilidades emocionais, naturaliza a dominação e fornece justificativas

para atos violentos. Quando esse discurso encontra traumas não elaborados, o risco se

torna concreto.

Se homens feridos internalizarem esse discurso sem crítica, podem

transformar dor em agressão. Se a sociedade falhar em reagir, a violência doméstica

continuará crescendo com vítimas que, muitas vezes, não têm voz.

Por isso, defender a dignidade humana, a igualdade de gênero, o respeito e a

justiça social não é “obra de militância” é de responsabilidade institucional, jurídica e

ética. Precisamos denunciar com firmeza, educar com empatia, proteger com rigor. E,

sobretudo, não permitir que a dor de alguém justifique violência contra outrem.

Grazielle Seabra

Advogada especialista em Segurança Pública, membra da comissão de Segurança Pública da OAB-MA

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