Localizado em São Luís, o Porto do Itaqui é um gigante na logística nacional, sendo um dos principais terminais do Arco Norte — conjunto de portos estratégicos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Sua posição geográfica privilegiada reduz o tempo de viagem de mercados da América do Norte e da Europa, quando comparado aos portos do Sul e Sudeste, reforçando sua importância no cenário logístico.
O local é hoje um dos maiores centros de movimentação de combustíveis do país. Funciona como um verdadeiro hub de recebimento e distribuição de derivados de petróleo, como gasolina, diesel, querosene de aviação e gás liquefeito de petróleo (GLP).
Cerca de 30% do combustível consumido no Brasil entra pelo Porto do Itaqui. Essa estrutura faz do terminal maranhense peça-chave no abastecimento nacional.
“Recebemos gasolina, diesel, querosene de aviação e GLP dos Estados Unidos, da Holanda, dos Emirados Árabes Unidos e da Índia”, explicou Paulo Ricardo Martins Nunes, assessor do porto.
No caso do GLP, conhecido popularmente como gás de cozinha, a operação conta com a participação da Transpetro, responsável por receber o produto dos navios e armazená-lo em tanques de grande capacidade. A partir daí, o gás é enviado às distribuidoras e chega até as residências brasileiras.
Outro destaque do terminal é o berço 106, um dos pontos mais estratégicos de atracação no Porto do Itaqui.
Com profundidade de 19 metros na maré baixa, e podendo chegar até 26 metros, é utilizado especialmente para operações de transbordo de combustíveis, incluindo o sistema “ship to ship” (STS), onde a carga é transferida diretamente entre as embarcações.
A operação permite a movimentação de petróleo e seus derivados entre navios fundeados ou em movimento, otimizando a logística e reduzindo custos operacionais.
Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o Porto do Itaqui é um dos pilares da logística nacional.
“Estamos vendo nossos portos crescerem em números e estrutura. Isso é resultado direto dos investimentos públicos, que fortalecem a infraestrutura, melhoram os serviços e movimentam a economia brasileira”, afirmou.
MOVIMENTAÇÃO RECORDE DE GRÃOS
Os portos organizados da região Nordeste movimentaram 7,7 milhões de toneladas de cargas em abril deste ano, um avanço de 7% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
O Porto de Itaqui reafirmou seu papel estratégico como hub logístico da movimentação de soja no Nordeste e foi responsável por toda a movimentação da commodity na região.
O terminal respondeu por 3,3 milhões de toneladas em abril, crescimento de 12,4% em comparação ao ano passado.
Para Alex Ávila, secretário Nacional de Portos, os números positivos refletem uma gestão eficiente e investimentos consistentes no setor.
“O crescimento observado na movimentação de produtos nos principais terminais portuários do Nordeste aponta que o planejamento do Governo Federal para a retomada do modal e da economia do país tem sido muito bem executado. Os investimentos realizados nos últimos dois anos têm contribuído para o desenvolvimento do nosso setor e elevado os indicadores econômicos”, destacou.