O primeiro dia da 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres do Maranhão reuniu, nesta terça-feira (19), lideranças políticas, especialistas e representantes da sociedade civil no Residencial Recepções, em São Luís.
Com o tema “Mais democracia, mais igualdade, mais conquistas para todas”, o evento foi uma realização do Governo do Maranhão, através da Secretaria de Estado das Mulheres (Semu), e se consolidou como espaço de diálogo e construção coletiva para fortalecer políticas públicas voltadas às mulheres maranhenses.
As atividades começaram no início da manhã com o credenciamento das participantes, seguido por uma apresentação cultural que simbolizou a diversidade e a força da identidade feminina. Logo depois, autoridades estaduais e nacionais compuseram a mesa de abertura.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, destacou o sentido político da conferência. “Não é apenas um encontro formal, é a garantia de que as mulheres têm espaço para decidir sobre os rumos do país. Cada proposta que nasce aqui é parte da construção de uma democracia real”.
A secretária de Estado da Mulher, Abigail Cunha, reafirmou o compromisso do Governo do Maranhão com a promoção de direitos e o combate à violência de gênero. “O governo está ao lado de cada mulher maranhense. Nossa missão é transformar políticas públicas em resultados concretos que salvem vidas e ampliem oportunidades”.
Na sequência, foi realizada a leitura e aprovação do regimento interno da conferência, documento que definiu as diretrizes para os debates e a dinâmica de participação.
Durante a tarde, a programação seguiu com uma série de palestras que abordaram diferentes perspectivas sobre igualdade de gênero e fortalecimento de direitos. A advogada Fayda Belo abriu os painéis discutindo os desafios do enfrentamento às múltiplas formas de violência contra a mulher. “Não adianta uma lei existir apenas no papel. Precisamos garantir que ela chegue na ponta, que funcione para a mulher que mora no interior, na zona rural, nas periferias”.
A advogada e professora Regiane Madeira falou sobre a importância da representatividade feminina. “Quando mulheres ocupam espaços de poder não estão apenas falando por si mesmas, mas por todas aquelas que foram silenciadas. É um ato político que transforma realidades”.
Na sequência, a professora Cláudia Rosa enfatizou a importância da autonomia econômica e do acesso à tecnologia como ferramentas para reduzir desigualdades. “Uma mulher que depende financeiramente de quem a oprime não consegue romper o ciclo da violência. É por isso que precisamos criar condições reais para que todas tenham renda, estudo e acesso à inovação”.
Encerrando as falas do dia, Laurinda Pinto reforçou a necessidade de transversalidade nas políticas públicas. “Falar de mulheres é falar de saúde, de escola, de creche, de trabalho digno. Se as políticas não dialogarem entre si, elas não mudam vidas de verdade”.
Entre as participantes, muitas compartilharam suas expectativas. Ana Paula Ferreira, moradora de Itapecuru-Mirim, destacou a importância de levar as discussões para dentro das comunidades. “Eu vim porque quero aprender e levar esse conhecimento de volta para as mulheres do meu bairro. É lá que a política precisa chegar”.
O primeiro dia da conferência foi marcado por debates intensos e formulação de propostas que serviram de base para os grupos de trabalho programados para esta quarta-feira (20). A abertura mostrou, na prática, o propósito da conferência: reunir governo e sociedade para construir um Maranhão mais justo, inclusivo e democrático para todas as mulheres.