Em entrevista exclusiva ao repórter Kilson Dione, da Rede Meio Norte, uma mulher identificada como Dona Edimar pediu ajuda às autoridades para prender seu filho, após ter sido agredida com golpes de foice na cidade de Nazária. Desesperada, ela relatou que já está há mais de 27 anos sofrendo nas mãos do filho, que é usuário de drogas.
Dona Edimar disse que o filho, hoje com 37 anos, começou a usar drogas quando ainda era criança, aos dez anos de idade, e desde então tem atormentado a vida dela e do marido, que é o pai dele.
“Já tem mais de 27 anos que ele começou a usar drogas. Ele começou com dez anos de idade, meu filho. Desde a época da escola, o comportamento dentro de casa só trouxe sofrimento. Ele já vai fazer 38 anos agora no dia quatro de novembro”, disse a mãe.
Dona Edimar contou que estava em casa quando o filho pediu dinheiro para comprar drogas. Após se recusar a entregar dinheiro, a mãe foi agredida pelo filho com o cabo de uma foice, sem o uso da lâmina da arma branca. Ela também relatou que o marido dela já havia sido agredido com pedradas pelo filho.
“Meu marido estava dormindo na cama e também já foi vítima de pedradas. Ele já jogou faca nele, mas ele só não morreu porque eu entrei no meio”, relatou.
Dona Edimar disse que trabalha na roça desde criança e que ela é quem sempre resolve tudo em casa. “É muito sofrimento e trabalho, igual a uma escrava. Eu trabalho na roça, dou conta de tudo, eu que resolvo tudo”, completou.
A mulher também tem outras duas filhas que, ao contrário do irmão, seguiram uma vida diferente, trabalham e tem suas próprias casas. “São duas mulheres e um homem. As mulheres trabalham e têm suas casas”, disse.
Apesar das agressões e ameaças do filho, a mãe afirmou que não dá dinheiro para o filho comprar drogas, o que tem sido motivo das constantes agressões. “Ele sempre quer dinheiro para drogas, mas eu não tenho condição e não dou um centavo. Por causa disso, ele se revolta contra mim e contra o pai dele. É uma noite de tribulação”, relatou.
A mulher explicou que foi até a delegacia de Nazária para registrar o Boletim de Ocorrência (BO) porque não aguentava mais a situação. Após o BO, ela foi fazer o exame de corpo de delito para pedir a prisão do filho.
“De manhã fui denunciar ele na delegacia de Nazária e registrar um BO. Eles mandaram eu fazer o exame de corpo de delito. Cheguei em casa, chamei a polícia para prender ele porque minha casa não tem segurança, e eu estou com medo dele. Ele disse que fez e não está arrependido. Estou com medo dele me matar. Ele é um monstro, é forte e bom de pedradas”, disse.
Apesar da raiva e do medo, a vítima das agressões contou que não quer matar seu filho, mas afirma que a situação a deixa à beira da morte e que tem medo de morrer.
“Eu não quero matar ele com as minhas mãos, mas estou à beira da morte. Se ele tivesse atingido com a parte do gume (cortante) da foice, eu estaria morta, meu marido estaria degolado, meu netinho estaria degolado e eu estaria degolada”, finalizou.