O Tribunal do Júri da 2ª Vara da Comarca de Viana condenou Raimundo Braz Rodrigues Fonseca a 16 anos e sete meses de prisão pelo assassinato de sua companheira, Francilene Costa Freitas, ocorrido em 20 de janeiro de 2024, no povoado Prequeú, zona rural de Viana.
A sessão foi presidida pelo juiz Humberto Alves Júnior. Segundo a denúncia, Raimundo teria cometido o crime por motivo fútil, utilizando tortura e meios cruéis, além de agir à traição. De acordo com as investigações, o acusado conheceu Francilene em uma feira, onde ela trabalhava, e iniciou um relacionamento que aparentava harmônico.
Ele se apresentava como evangélico e afirmava desejar constituir família, mas escondia agressividade já demonstrada em relacionamentos anteriores, justificando seu comportamento pelo uso de medicamentos controlados.
O casal vivia de forma itinerante, vendendo objetos em diferentes localidades. No dia do crime, Raimundo teria planejado o assassinato ao parar no Povoado Prequeú, em uma área de mata fechada à beira de um campo alagado.
Ele estendeu uma rede entre duas árvores e iniciou uma conversa com a vítima, questionando sobre o relacionamento, tentando acalmá-la e justificando o uso de medicamentos. Durante a conversa, o acusado tornou-se agressivo, desferindo socos e apertando o pescoço da vítima, em uma luta corporal que resultou na morte de Francilene.
Após o assassinato, Raimundo embrulhou o corpo em um lençol e, de forma fria, passou a noite ao lado dele. Pela manhã, alegando estar sem seus medicamentos, foi até a residência de um conhecido e relatou detalhadamente o crime, sem demonstrar remorso.
Uma testemunha confirmou que o corpo estava na rede, embrulhado em um lençol, com o rosto desfigurado. A Polícia Militar foi acionada e prendeu Raimundo em flagrante.
Em depoimento, ele confessou o crime, alegando que Francilene o teria impedido de tomar seus medicamentos e que já possuía antecedentes por violência doméstica, incluindo quatro anos de prisão na UPR de Viana.