A artista visual maranhense Gê Viana, natural de Santa Luzia e residente em São Luís, marca um momento histórico ao se tornar a primeira mulher do Maranhão a participar da Bienal de São Paulo.
Na 36ª edição do evento, que será aberta neste sábado (6), no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, ela apresenta a obra inédita “A colheita de Dan”, inspirada na tradição cultural das radiolas de reggae do Maranhão.
Formada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Gê Viana é conhecida por seu trabalho com colagens e fotomontagens que enfrentam as marcas do colonialismo e reconstroem memórias afro-diaspóricas e indígenas. Sua arte se baseia na criação de novas narrativas, resgatando a ancestralidade e propondo inventários visuais que apontam para futuros mais dignos e felizes.
A obra “A colheita de Dan” traz para a Bienal a potente simbologia das radiolas — os tradicionais sistemas de som que são o coração das festas de reggae no Maranhão. A instalação é composta por uma parede de caixas de som, que, além de referência estética, carrega significados políticos e afetivos.
Segundo Gê Viana, a obra inscreve a festa como um ato de resistência cultural, onde a felicidade se torna uma forma de luta e o afeto, uma ferramenta de denúncia social. A artista transforma os elementos do reggae em linguagem visual para discutir temas como identidade, território e memória.
A participação na Bienal marca também uma nova etapa na trajetória profissional de Gê Viana. A artista agora é representada em colaboração entre a Lima Galeria, de São Luís, e a Mitre Galeria, de Belo Horizonte.
A 36ª Bienal de São Paulo acontece de 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026, com o tema “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”, inspirado na escritora Conceição Evaristo. A edição reúne artistas de diversas partes do mundo que refletem sobre as múltiplas formas de existência e resistência nos contextos contemporâneos.























