O empresário Fernando Sarney, filho do ex-presidente da República José Sarney, pode assumir interinamente o comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), caso o atual presidente Ednaldo Rodrigues seja afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Fernando é o quarto vice-presidente mais antigo da entidade e, com a morte recente de Toniquinho (ex-presidente da Federação do Acre) e a impossibilidade legal de outros dois dirigentes — o próprio Ednaldo e o Coronel Nunes —, ele se torna o mais próximo na linha sucessória com condições de assumir o posto.
Se confirmado o afastamento, Fernando Sarney deverá ocupar o cargo como interventor e terá até 60 dias para convocar novas eleições, conforme o estatuto da entidade.
O possível afastamento de Ednaldo Rodrigues ganhou força após a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, protocolar uma petição no STF pedindo sua saída imediata da presidência da CBF.
A deputada também solicita a revisão do acordo homologado pela Corte em fevereiro deste ano, que validou a eleição de Ednaldo realizada em 2022.
O principal argumento da petição está em um laudo pericial que contesta a autenticidade da assinatura do Coronel Nunes no acordo que restituiu Ednaldo ao cargo.
Segundo o documento, a assinatura “não foi realizada de forma livre e consciente”, levantando suspeitas de falsificação.
Há ainda um parecer médico assinado em 2023 por Jorge Pagura, chefe do departamento médico da CBF, que indica que Nunes não possuía condições cognitivas de consentir com decisões institucionais naquele período.
A perícia foi contratada pelo vereador Marcos Dias (Podemos-RJ) e realizada por Jacqueline Tirotti, profissional envolvida em outras análises polêmicas.
A petição menciona o artigo 168 do Código Civil, que permite anular atos jurídicos quando há vícios de consentimento, defendendo que o acordo em favor de Ednaldo deve ser reavaliado à luz dos novos elementos.
O Supremo Tribunal Federal julgará o caso no dia 28 de maio, dentro da Ação Direta de Inconstitucionalidade que trata da reforma estatutária da CBF.
Essa ação teve origem em um Termo de Ajustamento de Conduta firmado em 2017 entre a entidade e o Ministério Público do Rio de Janeiro, anulado em 2023.