Apesar de a tecnologia ter barateado com o tempo, o piloto automático, ou controlador de velocidade de cruzeiro, ainda é um equipamento presente em carros com lista de itens de série mais generosa, ou seja, os mais caros da gama. No entanto, isso não é um empecilho para os proprietários de veículos de entrada, como um Fiat Uno, ou mais antigos, como um Honda City 2009, terem ajuda do assistente de condução na estrada. O piloto automático foi desenvolvido para manter a velocidade do veículo constante em rodovias, permitindo que o motorista preste mais atenção ao que acontece ao seu redor, sem necessidade de ficar a todo instante monitorando o velocímetro. O acessório também traz conforto, porque não é preciso ficar controlando o pedal do acelerador.
A boa notícia é que é possível instalá-lo mesmo em carros que não foram preparados na fábrica para receber o equipamento. Há empresas que oferecem sistema capaz de adicionar a função de piloto automático aos carros a partir de R$ 1.399, sem cortes de fios ou modificações que possam afetar a originalidade do veículo.
Além da função de piloto automático, o acessório adiciona outras funcionalidades ao veículo, como modos de condução mais suaves ou esportivos, limitador de velocidade para evitar multas, antifurto, modo manobrista que limita a aceleração do carro e informações sobre a saúde do motor. O equipamento pode ser comandado por um controle físico ou por aplicativo para smartphone.
Dá para instalar em qualquer modelo?
Para a instalação do equipamento é necessário que o veículo possua acelerador eletrônico e comunicação compatível com a tecnologia, independente do tipo de câmbio ou do combustível usado. Atualmente já há compatibilidade com mais de 100 modelos de veículos, de marcas premium, como Audi e BMW, a opções mais populares como Fiat Uno e Renault Kwid.
Equipar o carro por conta própria é uma boa ideia?
Equipar o carro com itens que não são entregues de série é alternativa para ter mais conforto gastando menos, ou sem precisar trocar o veículo por um mais novo. A adaptação é completamente possível, mas se não for bem feita, pode trazer problemas para o veículo. A grande questão é que todos esses itens vão demandar o sistema elétrico do carro, que é planejado para suportar uma potência específica que, se for ultrapassada, pode gerar um curto-circuito. Outro problema é que o sistema elétrico é complexo e mexer em algum fio errado pode causar interferências em vários equipamentos do veículo. Por isso, equipamentos instalados sem corte de fios são mais interessantes.
Erwin Franieck, diretor presidente da SAE Brasil explica que o sistema elétrico do veículo é planejado para que não exista picos de tensão ao acionar os equipamentos nativos, ou seja, que saem de fábrica com o modelo. Por isso, na hora de instalar um alarme, um som automotivo ou qualquer outro equipamento elétrico, é importante fazer com oficinas que conheçam, de fato, o projeto do carro. “É preciso ter muito cuidado ao instalar equipamentos em um veículo, porque o sistema elétrico não é algo simples. Sobrecarregá-lo com acessórios incompatíveis significa correr o risco de um um curto-circuito, que pode até mesmo causar um incêndio”.
Outro problema comum na instalação de novos acessórios, segundo Franieck, é prejudicar equipamentos que já são nativos do veículo. “Se o mecânico coloca coisas no lugar que não deve, aproveitando fios e ligações, pode impactar o funcionamento de outras peças. É possível instalar uma caixa de som e acabar sem o vidro elétrico, por exemplo, simplesmente porque manuseou um fio errado. As novas instalações elétricas devem ser sempre independentes”.