A travessia de passageiros entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), no rio Tocantins, passou a ser cobrada a partir desta quarta-feira (17).
O serviço, que era gratuito desde o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek (JK) em dezembro de 2024, agora custa R$ 5 por pessoa. A cobrança foi anunciada pela Associação de Barqueiros do Tocantins (Abatins), responsável pelas embarcações que operam o transporte alternativo.
Segundo informações, o convênio com o Governo do Tocantins, que garantia a gratuidade da travessia, não foi renovado após vencer no dia 14 de setembro. A associação afirma ter buscado contato com o governo estadual em exercício, mas não obteve resposta.
Apesar da cobrança na travessia por barcos, o transporte por balsas contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) continua operando gratuitamente, tanto para pedestres quanto para veículos, no mesmo trecho da BR-226.
Desabamento da ponte JK
A ponte Juscelino Kubitschek, que ligava Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), desabou no dia 22 de dezembro de 2024, causando uma tragédia que resultou em 14 mortes e três pessoas desaparecidas.
O colapso ocorreu por volta das 14h50 e envolveu a queda de três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões no rio Tocantins. Dois dos veículos transportavam ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, aumentando o risco ambiental.
O momento do desabamento foi registrado em vídeo pelo vereador Elias Júnior (Republicanos), que estava no local filmando as más condições da estrutura. A causa do colapso ainda está sendo investigada pelo DNIT e pela Polícia Federal.
Logo após o acidente, o então governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) — atualmente afastado do cargo — determinou a gratuidade emergencial da travessia até a entrega da nova ponte, prevista para dezembro de 2025. No entanto, com o fim do convênio e a ausência de renovação por parte do atual governo em exercício, a gratuidade foi encerrada.
A nova ponte, em construção no mesmo trecho da BR-226, terá 630 metros de extensão, 19 metros de largura e um vão livre de 154 metros. Serão duas faixas de rolamento, acostamentos, passarelas para pedestres, barreiras de proteção e um sistema moderno de monitoramento de vibrações e deformações.
Com custo estimado em R$ 171,1 milhões, a obra já está com 50% dos trabalhos concluídos, conforme o DNIT. Mais de 500 profissionais atuam em dois turnos, com jornadas que incluem domingos e feriados para acelerar a entrega da estrutura.