Nesta terça-feira, 22, o prefeito de Paraíso do Tocantins, Celso Morais (MDB), está em Brasília (DF), onde participa da XXIV Marcha dos Gestores e Legislativos Municipais, um evento promovido pela União dos Vereadores do Brasil (UVB). A ida a capital federal é passageira, mas pode ser um caminho fixo, que surge quase naturalmente, quase.
A semana do gestor começa intensa, assim como o início da semana passada, quando logo cedo estourava o lacre da primeira cerimônia do dia, em uma inauguração com senador Irajá Abreu (PSD) na cidade que governa. Meio-dia, o destino era Palmas, reunião com a senadora Dorinha Seabra (União) com foco no desenvolvimento do estado. À noite, abraçava Wanderlei Barbosa (Republicanos) no palanque do Ruraltins e deixava ali qualquer rusga de 2024.
Três fotos, três legendas, três partidos. Um único roteiro: mais diálogo, menos trincheira, o caminho que pode pavimentar a rodovia direta Paraíso–Câmara Federal, com chegada prevista para 2026. Ele não fala em candidatura ou a candidatura, claro, é “assunto para depois”, dizem os mais próximos. Mas quem já cravou 80 % dos votos em casa conhece o cheiro da oportunidade.
Paraíso não é metrópole, mas pesa no colégio eleitoral e carrega a assinatura do G5+, o bloco de prefeitos que colocam meio Tocantins no bolso. Celso, 38 anos, antes de ser político, era gestor, mas aprendeu rápido: política se faz no plural. Aparece com Irajá, sorri com Dorinha, distribui afagos a Wanderlei. E, se precisar, liga para o senador Eduardo Gomes (PL), que garante a construção de alianças.
Rebobine: em 2024, Celso atropelou Osires Damaso e, de quebra, empurrou Wanderlei Barbosa para a plateia. Seis meses bastaram para trocar divórcio por aliança: emplacou o vice Ubiratan (PL) no secretariado estadual, selou a paz com o governador e ganhou bilhete de acesso ao Palácio Araguaia.
A conta é simples: Paraíso + G5+ + benção de senadores + Palácio Araguaia = viabilidade crua. Some a votação estrondosa de 2024 e o carisma de quem transita sem guardar mágoa nem ideologia rígida, Celso é, antes de tudo, pragmático. Ele chama de “boa política”; os detratores, de “dança das cadeiras”.
No fim, vale quem senta no planalto do plenário. Projeção? Se mantiver o passo cadenciado, Celso atravessa 2025 com capital político, apoio regional e currículo de prefeito bem avaliado. Não vai bater na porta da Câmara. Tem tudo para chegar com a chave em mãos.
Quando o relógio bater abril de 2026, ninguém estranhará vê-lo trocar a cadeira de prefeito pela ala da bancada do Tocantins na Câmara. Celso Morais pode entrar em Brasília em janeiro de 2027 dizendo que “o trabalho está só começando”, como todo bom político que entende que estrada não termina, apenas muda de quilômetro.