Faleceu aos 87 anos o empresário Abilio Diniz, conhecido por construir um império no varejo alimentar com o Grupo Pão de Açúcar (GPA). Abilio estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e faleceu neste domingo (18), vítima de insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonite. Ele deixa sua esposa, cinco filhos, netos e bisnetos.
Nascido em São Paulo em 28 de dezembro de 1936, Abilio se formou na segunda turma de administração da FGV (Fundação Getulio Vargas), em 1959, o mesmo ano em que seu pai inaugurou a primeira loja do Pão de Açúcar. Desde então, Abilio se dedicou ao comércio varejista, impulsionando o crescimento da empresa que se tornaria a maior organização de vendas a varejo na América do Sul.
No entanto, a jornada de Abilio não foi isenta de desafios. Enfrentou crises econômicas, disputas familiares e até mesmo um sequestro em 1989, que o manteve em cativeiro por 153 horas. Após o confisco de Collor e a recessão subsequente, o Pão de Açúcar passou por uma fase turbulenta, chegando a demitir milhares de funcionários e quase entrando em falência.
No governo José Sarney, o Pão de Açúcar foi acusado de remarcar preços de forma indevida e de sonegar o abastecimento de óleo de soja. Abilio negou as irregularidades.
A disputa familiar pelo controle da empresa também marcou sua história, culminando em um acordo em 1994 que consolidou o poder de Abilio no grupo. Em 1999, o Casino adquiriu uma participação relevante no Pão de Açúcar, dando início a uma nova fase de crescimento para a empresa.
Além de seu legado no mundo dos negócios, Abilio Diniz também se destacou por suas atividades filantrópicas e pelo seu engajamento em projetos sociais, como o Instituto Península, voltado para a educação e o esporte. Sua paixão por exercícios físicos e alimentação saudável o tornaram uma figura admirada por sua dedicação à saúde e ao bem-estar.
O velório de Abilio Diniz será realizado nesta segunda-feira (19) no Salão Nobre do Estádio do Morumbi e estará aberto ao público entre 11h e 15h. O enterro será reservado apenas aos familiares, em um momento de despedida para um dos grandes ícones do empresariado brasileiro.