A organização ambiental Greenpeace revelou um relatório que identificou limões produzidos no Brasil e vendidos na Europa contendo substância potencialmente cancerígena. Foram testadas 52 amostras da fruta comprada em supermercados e mercados em diversos países, e todas, exceto uma, continham resíduos de agrotóxicos.
O relatório ainda aponta que “seis entre os ativos encontrados não são aprovados para uso na União Europeia (UE)”. Um terço das amostras ainda continha glifosato, um herbicida potencialmente cancerígeno.
As amostras foram colhidas em estabelecimentos na Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Suécia.
De acordo com a coordenadora de Agricultura e Alimentação do Greenpeace Brasil, Marina Lacôrte, existe a necessidade de acabar com o acordo UE-Mercosul, que facilita a entrada e a saída de substâncias tóxicas, “muitas que sequer são aprovadas para uso dentro da própria União Europeia”.
“Em primeiro lugar, os gigantes químicos europeus já produzem e exportam para o Brasil substâncias altamente tóxicas, muitas que sequer são aprovadas para uso dentro da própria União Europeia, o que já suficientemente injusto e absurdo, embora a região acabe por reimportar algumas delas na forma de resíduos nos alimentos”, disse Marina Lacôrte.
“Em segundo lugar, o acordo chancela uma relação comercial tóxica entre a União Europeia e os países do Mercosul, consolidando uma conduta neocolonial e extrativista com consequências assimétricas inaceitáveis. E por fim, o acordo ainda perpetua um modelo agrícola e econômico que está destruindo nosso planeta em um momento em que o mundo clama por uma mudança de rota. Ambos os governos, brasileiro e europeu, precisam enterrar o acordo UE-Mercosul de uma vez por todas” concluiu.