Com presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ex-presidente José Sarney, do governador do Maranhão, Carlos Brandão, e do ex-ministro dos Transportes José Reinaldo Tavares, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, será inaugurada, nesta sexta-feira, 16, a Ferrovia Norte/Sul, um marco para o transporte e logística no Brasil.
“Amanhã estarei em Rio Verde, Goiás, para finalmente inaugurar a ferrovia Norte-Sul. No meu governo e no governo da Dilma, fizemos 90% da ferrovia Norte-Sul. Se dependesse dos nossos governos, ela já teria sido inaugurada há muito tempo”, anunciou Lula, pelo Twitter. “A ferrovia Norte-Sul será muito importante para o transporte de produtos em Goiás. E vamos seguir inaugurando ferrovias e pensando em uma estrutura de transporte intermodal no Brasil”, acrescentou.
O presidente destacou que a conclusão dessa obra é um dos resultados da reunião que ele teve com os governadores logo no início do governo. “Quando tomei posse, convidei os 27 governadores para falarem sobre as principais obras para o seu estado, e o governador [de Goiás] Ronaldo Caiado foi. A partir do dia 2 de julho, vamos anunciar muitas obras do novo PAC.
Os impactos dessa obra são significativos para o Maranhão. Com a conclusão da Ferrovia Norte/Sul, o estado se torna uma importante rota de escoamento da produção agrícola e mineral, permitindo o transporte eficiente de commodities, como soja, milho e minério de ferro, para os portos maranhenses, incluindo o porto do Itaqui, em São Luís. Essa melhoria na infraestrutura logística impulsionará o agronegócio local, gerando empregos e fomentando o crescimento econômico da região.
Além disso, a Ferrovia Norte/Sul contribui para a diversificação da matriz de transporte do Maranhão, reduzindo a dependência excessiva do modal rodoviário e fortalecendo a infraestrutura logística do estado. Essa diversificação é fundamental para promover um desenvolvimento sustentável e equilibrado.
A inauguração da Ferrovia Norte/Sul representa um passo importante para o Maranhão e o Brasil. Além de reduzir os custos de transporte e fortalecer a infraestrutura logística, a ferrovia promove a integração regional, impulsiona o desenvolvimento socioeconômico e contribui para a geração de empregos. Com o convite de Lula ao governador Brandão, fica evidente o reconhecimento da importância estratégica do Maranhão nesse projeto.
A expectativa é de que a cerimônia de inauguração marque o início de uma nova era para o transporte e logística no país, com benefícios concretos para o Maranhão e uma perspectiva de crescimento sustentável e desenvolvimento regional.
Sarney será homenageado durante a inauguração – O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o ex-presidente José Sarney estará presente na inauguração do último trecho da ferrovia Norte-Sul e que será homenageado. A obra, iniciada em 1987 durante o mandato de Sarney, enfrentou atrasos devido a questões de licenciamento e licitações.
Durante uma entrevista para rádios de Goiás, Lula expressou sua intenção de levar Sarney para o evento, destacando o papel do ex-presidente no início da construção da ferrovia no Maranhão.
José Reinaldo Tavares e a VALEC na construção da Ferrovia Norte-Sul – O também convidado José Reinaldo Tavares, ex-ministro dos Transportes e hoje integrante do governo Carlos Brandão, desempenhou um papel fundamental durante a construção da Ferrovia Norte-Sul no Brasil. Em sua gestão como ministro, Tavares foi responsável pela criação da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (VALEC), empresa estatal encarregada da execução das obras da ferrovia.
A VALEC foi instituída em 2008, visando impulsionar a construção da Ferrovia Norte-Sul, que já estava em andamento há algumas décadas. Tavares reconheceu a importância estratégica dessa ferrovia para o país e buscou fortalecer a atuação do Estado no setor ferroviário, por meio da criação da empresa.
A VALEC como objetivo gerenciar as obras, realizar a operação comercial da ferrovia e promover a expansão do sistema ferroviário brasileiro. Durante sua gestão, Tavares empreendeu esforços para garantir a conclusão das obras e viabilizar a integração do transporte ferroviário no Brasil.
Embora tenha havido atrasos e desafios ao longo do processo de construção da ferrovia, a criação da VALEC sob a liderança de José Reinaldo Tavares foi um passo importante para impulsionar o projeto. A empresa desempenhou um papel fundamental na gestão das obras e no planejamento da operação comercial da ferrovia.
“Este é um momento histórico e pode representar o início de uma reversão da ideia que o país tem sobre logística. A Norte-Sul é a primeira ferrovia inaugurada nos últimos 15 anos no Brasil. Pior do que isso, em meados dos anos 1990, tínhamos 29,5 mil quilômetros de linhas férreas e, desde então, reduzimos a nossa malha. Hoje, temos somente 12 mil quilômetros de trilhos sobre os quais cargas são transportadas. Ou seja, a Norte-Sul muda um pouco esse cenário. O custo do frete é uma delas. Ele varia de acordo com a distância do transporte. Em percursos acima de 800 quilômetros, o frete em uma ferrovia pode ser entre 30% a 40% do que o rodoviário. Acima de 1,5 mil quilômetros, estamos falando seguramente de valores superiores a uma economia de 40%. Esse é o caso da Norte-Sul”, afirmou Paulo Resende.
Sobre os impactos da ferrovia, Resende afirmou: “Hoje, o transporte ferroviário representa 20% da matriz nacional. Com a Norte-Sul, passa para 23%, mas, mesmo sem novas ampliações, esse percentual pode chegar a 26%, à medida que a linha seja mais utilizada. Mas estão ocorrendo ampliações, tocadas pela iniciativa privada. Nossa projeção é que o granel agrícola pode ter 35% de participação nas ferrovias até 2035”.