A família do maranhense Francisco Elton Araújo, de 23 anos, recebeu um e-mail da Embaixada do Brasil na Ucrânia informando que o jovem está desaparecido desde 25 de novembro.
No comunicado, o ministro-conselheiro Kaiser Araújo, que integra a representação diplomática em Kiev, lamentou o ocorrido e explicou que a confirmação só foi enviada agora porque a embaixada aguardava posicionamento oficial das Forças Armadas ucranianas.
O diplomata afirmou ainda que cobrará das autoridades militares um contato direto com os parentes do maranhense. Francisco viajou para a Ucrânia em maio deste ano, com o objetivo de integrar uma missão militar.
De acordo com os familiares, ele só revelou que participaria da operação quando já havia chegado à Polônia, país vizinho. Fuzileiro naval, o jovem teria sido recrutado por meio de um brasileiro responsável por indicar combatentes para atuar no conflito, segundo relato dos parentes.
A família também relata que um soldado que retornou da mesma missão afirmou que Francisco teria morrido em combate. Os parentes pediram à embaixada a confirmação da informação, mas afirmam que ainda não obtiveram resposta oficial.
POSICIONAMENTO DO GOVERNO BRASILEIRO
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que foi informado por autoridades ucranianas sobre o desaparecimento do brasileiro em área de combate. O Itamaraty destacou que a embaixada em Kiev está prestando assistência consular aos familiares.
A pasta explicou que casos envolvendo brasileiros que se alistam em forças estrangeiras têm particularidades específicas, já que, ao se voluntariarem, assumem obrigações e riscos inerentes ao contexto militar e ao ambiente de guerra.
O Itamaraty reforçou que não mantém estatísticas oficiais sobre o número de brasileiros envolvidos em conflitos internacionais, pois o ato de alistamento em forças militares estrangeiras é considerado personalíssimo e independe de autorização do governo.
Até o momento, segundo o ministério, 15 brasileiros morreram e 26 estão desaparecidos no conflito entre Ucrânia e Rússia.
Por questões de privacidade e em conformidade com a Lei de Acesso à Informação, o governo não divulga informações pessoais de cidadãos que buscam assistência consular nem detalhes específicos sobre o suporte prestado.
O ministério também lembrou que publicou recentemente um alerta consular sobre os riscos e implicações legais da participação de brasileiros em guerras em países terceiros.























