Após a descoberta de fraudes contábeis em janeiro de 2023, a Americanas, uma das maiores varejistas do Brasil, tem enfrentado uma grande crise, marcada por demissões em massa e o fechamento de centenas de lojas. Em pouco mais de um ano, entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024, a empresa demitiu 10.435 funcionários, representando quase um quarto de sua equipe, e fechou 132 lojas em todo o país.
Os dados revelam os últimos relatórios divulgados pelos administradores judiciais da empresa, o escritório de advocacia Zveiter e a empresa Preserva Ação. O quadro de trabalhadores sob regime de CLT passou de 43.123 pessoas, em janeiro de 2023, para 32.248, no mesmo mês de 2024, um corte de 13.875 empregados.
O número de lojas também sofreu uma grande redução, de 1.880 para 1.754, entre janeiro de 2023 e o mesmo período de 2024, totalizando 126 pontos de venda fechados. Em fevereiro deste ano, o total de pontos comerciais era de 1.748, o que representa 92,8% do total existente antes da crise, elevando o número de fechamentos para 132.
Em janeiro de 2023, a Americanas reportou distorções em suas demonstrações financeiras, posteriormente identificadas como fraudes, totalizando R$ 25,2 bilhões. Consequentemente, a varejista entrou com pedido de recuperação judicial, com dívidas estimadas em R$ 42,5 bilhões.
O balanço parcial de 2023 revela que 99 pontos de venda foram encerrados entre janeiro e setembro do mesmo ano, período abrangido pela demonstração dos resultados financeiros. A empresa destaca o crescimento das vendas em alguns setores, como a bombonière, durante o evento da Páscoa de 2023, apesar das adversidades enfrentadas.
A redução do número de estabelecimentos foi observada em todas as regiões do país, com maior concentração no Sudeste, onde a empresa possuía o maior número de unidades.
A situação da Americanas continua sendo acompanhada de perto pelos investidores e analistas do mercado, enquanto a empresa busca se recuperar dos impactos causados pela fraude e restabelecer sua posição no setor varejista nacional.