O bairro Anjo da Guarda é tradicionalmente conhecido pelo espetáculo ao ar livre da Via Sacra e religiosidade. Mas o local com mais de 80 mil moradores se destaca por outras potencialidades, mesmo com as problemáticas de infraestrutura e mobilidade urbana. Mas afinal, você conhece a história do bairro Anjo da Guarda? Então leia até o final e acompanhe como tudo começou.
Tudo começou depois de uma grande tragédia. No dia 14 de outubro de 1968, o bairro do Goiabal foi vítima de um incêndio até hoje não elucidado. Uns acreditam que foi provocado por fogos de artifício, outros por uma lamparina – tem até quem diga que foi por causa de um simples pescador que assava peixe na beira do rio. Mas, o que se sabe de fatos concretos e não de suposições, é que houve um grande incêndio no Goiabal, com uma mistura de casas em chamas, corpos queimados, lama de mangue e o desespero das pessoas, tornando o quadro ainda mais dramático. Ao todo, 78 casas ficaram completamente destruídas, deixando cerca de 100 famílias desabrigadas, conforme dados da Comissão Estadual de Transferência de População (CETRAP).
Foi então que se instalou um sentimento de solidariedade e comoção não apenas pelos povoados próximos, mas também por parte do poder público, da igreja, da Companhia de Água e Esgoto do Maranhão (Caema) e até da antiga Telecomunicações do Maranhão (Telma). Os desabrigados foram remanejados para a localidade conhecida por Itapicuraiba, onde receberam roupas, alimentos e cobertores.
Com o passar do tempo, a localidade, que havia sido rebatizada de Vila Anjo da Guarda, passou a ser conhecida como Bairro Anjo da Guarda, devido a seu crescimento repentino.
Na entrada do bairro Anjo da Guarda tem um monumento que chama atenção e é uma marca registrada de um anjo. Que sofreu algumas alterações, inclusive na composição da estrutura (Atualmente o material passa por reforma, mas deve ser recolocado em breve). Segundo registros históricos a escultura de dois metros foi erguida junto à praça e foi esculpida por um padre italiano chamado Cherubino Luigi Dovera, também responsável pelos monumentos da Praça do Pescador e o Roque Santeiro.
No dia 14 de outubro, o Anjo da Guarda completa 55 anos, todos marcados por dramas, superações, carências sociais, cultura emergente e, acima de tudo, por uma comunidade que tem orgulho das suas origens.
Curiosidades| No local, há muitos anos, residiam agricultores, pescadores e produtores de carvão, criado em uma época em que não existia a barragem do Bacanga, tampouco a poluição no rio e praias que circunvizinham a região.